sexta-feira, 15 de outubro de 2010

FELIZ DIA DOS PROFESSORES

PRONUNCIAMENTO NA SESSÃO SOLENE DO VEREADOR PROF. BIRA HOMENAGEANDO OS PROFESSORES PELO SEU DIA 15 DE OUTUBRO DE 2010.

"Professor é o sal da terra e a luz do mundo.
Sem vós tudo seria baço, e a terra escura.
Professor, faz de tua cadeira a cátedra de um mestre.
Se souberes elevar teu magistério, ele te elevará à magnificência...
... Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina."
Autor: (Desconhecido)

Exmº Senhor Presidente Genival Cerqueira Pinho, primeiro vou dizer que sou do Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, e as homenagens que hoje são feitas vêm pelas mãos de uma das pessoas mais dedicadas à causa da educação e à causa humana, o Vereador Prof. Bira baluarte na luta sindical encabeçada pela nossa APLB-Sindicato. E dois homenageados que se unem e são muito ligadas: as crianças e os professores.
Eu conversava hoje pela manhã, lembrando exatamente a primeira escola em que ingressei. À época, não se ingressava na escola com um ano e meio, três anos ou quatro anos de idade. Normalmente se entrava na escola com sete, oito, nove anos de idade. E ali encontrei a professora, que hoje já está quase com 60 anos, Nice, lá numa roça onde hoje se encontra o bairro das Porteiras onde funcionava uma escola. Mas a vida inteira dela foi dedicada à educação, quase exclusivamente; ela não fez outra coisa na vida, senão se dedicar a formar as pessoas, a cuidar das pessoas, a fazer com que elas compreendessem o que era a sua comunidade, o seu bairro, o seu Estado.
Então, são os professores que nos vão ensinando, que nos vão dizendo. A música, a arte, a cultura... Nós ouvíamos muito as letras cantadas, na nossa escolinha. E as principais músicas eram as cantadas por Luiz Gonzaga, que falavam do Nordeste; que falavam do meio ambiente; que falavam da seca; que falavam da época da chuva; que falavam da luta do povo, do seu cotidiano, da sua vida. Isso estava ali dentro da escola, nas letras do Humberto Teixeira, cantadas pelo Luiz Gonzaga, que eram verdadeiras peças que se apresentavam ali para nós.
E, hoje, ao discutir esse tema – porque o Vereador bem, não é só uma homenagem, é homenagem com discussão. À época que cheguei à escola para estudar, a educação no Brasil e a escola eram para pouquíssimas pessoas. Poucas pessoas tinham acesso à escola. Só nos anos 70 e início dos anos 80, buscou-se universalizar a educação no Brasil. É muito recente, muito recente. Até os anos 60, a escola era para poucos. Poucos tinham oportunidade de ir a uma escola. E, praticamente, os professores tinham dedicação exclusiva, porque havia pouca gente para cuidar. E o professor era dedicado só àquela turma, só àquela escola. O professor não ficava saltitando – de manhã numa escola municipal, à tarde numa estadual, à noite numa particular e, nos finais de semana, ainda em algum cursinho preparatório para concurso público ou para vestibular para as universidades. Esse professor estava, na situação de hoje, inviabilizado. Ele é uma pessoa inviabilizada; não tem como se dedicar exclusivamente àquela escola. É um esforço atual.
Quando o congresso nacional aprovaram o piso salarial... E muitos podem dizer que é pouco, alguns Governadores dizem que é muito, os Prefeitos dizem que é muito, nós dizemos que é pouco, os professores também dizem que é pouco; é pouco mesmo, porque não dá para ter uma vida digna e ser o responsável por educar as pessoas com aquele salário. Mas quando os congressistas fizeram aquilo, ou seja, quando tomamos essa medida importantíssima, vi duas cenas assim espetaculares: primeiro foi a aprovação da matéria aqui no Congresso Nacional; depois, a sanção da lei. Vi o abraço emocionado do Presidente da República no Senador Cristovão Buarque, porque era a sua causa assim como foi da nossa deputada Federal Alice Portugal e outros deputados. O Presidente da República não teve essa oportunidade. Ele sabe o que é haver a garantia de que os professores terão um recurso mínimo para cuidar das crianças brasileiras e oferecer mais e melhores oportunidades ao nosso povo.
Quando aquilo aconteceu, dissemos: “Precisamos agora tomar outras medidas”. Quem sabe, num esforço grandioso do povo brasileiro, o Congresso Nacional e o Presidente da República possam adotar outra medida. Se hoje há piso salarial nacional para os professores; quem sabe não possamos alcançar a dedicação exclusiva. O professor só vai dar aula naquela escola; não poderá dar aula numa escola do Município, depois em outra do Estado, depois em outra particular e em mais uma particular. Não. Ele só vai dar aula naquela escola, com dedicação total.
Então, acho que hoje é o passo seguinte que devemos dar. E devemos aproveitar a oportunidade, mesmo diante dessa crise imensa que vive o mundo. Os países mais desenvolvidos estão numa crise profunda, mas países como o nosso têm grandes oportunidades; nós temos grandes oportunidades no Brasil de dar passos mais alargados.
Mesmo com essa situação de dificuldade da educação, eu que me formei numa faculdade, que tenho um curso de licenciatura de matemática, sei a importância de se ter uma escola fundamental e, depois, de se formar, de ter uma profissão na vida.
Neste curto período de oito anos, o atual Presidente da República criou mais escolas técnicas do que em 100 anos. Desde a criação da primeira escola técnica do Brasil, em 1909, até o ano de 2010, foram criadas 214 escolas técnicas, e, no atual Governo, expandindo-se a rede de formação técnica para o interior do Brasil.
Então, podemos somar ao piso salarial dos professores, a construção e a compra de equipamentos das novas escolas técnicas federais e a expansão das universidades. Em função dos salários míseros que se recebem no Brasil, não se queria ir para o interior. Então, as universidades estão sendo expandidas para o interior do nosso País. Acho que é uma vitória que conseguimos, e temos de pressionar as autoridades econômicas para manterem o País no ritmo do crescimento, do desenvolvimento, porque é isso que tem dado a oportunidade de melhorarmos os salários dos professores, de aumentarmos o número de escolas de ensino fundamental, de formação técnica e de expandirmos a universidade.
Escuto, muitas vezes, a mídia, principalmente a brasileira, dizer o seguinte: “O Governo precisa acabar com a gastança, está gastando muito”. Ora, mas está gastando em quê? É para a educação o gasto? É para a saúde pública o gasto? Não podemos aceitar este discurso de que aumentar o salário dos professores, o número de escolas técnicas e de universidades significa gastança. Isso não é gastança, não; isso é estar investindo numa saída melhor para o povo brasileiro. Não devemos aceitar nunca que se faça esse discurso de gastança do Brasil, para cortar os recursos orçamentários, exatamente naquilo que mais interessa à cidadania do nosso povo.
Sr. Presidente, encerro o meu pronunciamento, primeiro agradecendo a oportunidade que me é dada pela iniciativa deste vereador que nos fala neste momento, que, ao lado de V. Exª e de outros Vereadores, simboliza a presença de Vereadoras e Vereadores que pensam o Irará, que pensam o nosso País e, assim fazendo, evidentemente pensam o nosso futuro.

Parabéns a todos!

É o que tinha a dizer seu Presidente.

Plenário Dr. Aristeu Nogueira Campos em 15 de outubro de 2010.


Prof. Ubiratan Silva Reis
Vereador/PCdoB

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