MOÇÃO DE APLAUSOS: N° 04/2012
(Do Senhor Vereador PROF°
UBIRATAN SILVA REIS)
Dispõe sobre a passagem do 1º de maio, DIA DO TRABAHOR E DA TRABALHADORA e dá outras providências.
Excelentíssimo Senhor Presidente;
A Câmara Municipal de
Vereadores de Irará vem através do Vereador que este subscreve requerer, nos
termos do Regimento Interno, art. 90 e seus §§ combinado com o art.72 § 2°,
inciso VII, que seja consignada nos anais desta Casa, a presente "Moção de
Aplausos" com votos de congratulações pela passagem do dia do Trabalhador
e da Trabalhadora ocorrido no dia 01 de
maio de 2012.
Em 1885,
associações de trabalhadores dos Estados Unidos convocam uma greve para o dia
1º de Maio de 1886, reivindicando a jornada de oito horas, o que dá origem a um
ascenso das lutas operárias, reprimidas a ferro e fogo. No dia 1º de Maio
realiza-se em Chicago uma manifestação de dezenas de milhares de grevistas.
Dias depois, 4 de maio, durante um comício de solidariedade com os
trabalhadores de uma empresa onde a repressão causara numerosos mortos e feridos,
provocadores fazem explodir uma bomba, resultando na morte de policiais e
trabalhadores e dando início a uma repressão generalizada. Oito líderes dos
trabalhadores, que passam á história como os “mártires de Chicago”, são
condenados numa farsa judicial como os principais responsáveis pelos
acontecimentos de 4 de Maio. Quatro deles são enforcados em 11 de Novembro de
1887.
Para homenagear os
“mártires de Chicago”, o Congresso fundador da Internacional Socialista,
reunido em Paris em 14 de Julho de 1889 – centenário da Revolução Francesa –
propôs a proclamação do 1º de Maio como Dia Internacional do Trabalhador. Em 1º
de Maio do ano seguinte, essa manifestação simultânea teve lugar em diversos
países, a primeira ação unitária da classe operária, materializando a consigna
do Manifesto Comunista – “Proletários de todos os países, uni-vos!”.
Desde então – e já
se vão 122 anos – o dia 1º de Maio ficou caracterizado como o dia de luta de
todos os trabalhadores. Com o passar do tempo, não apenas a luta pela jornada
de 8 horas, mas pelo conjunto das reivindicações econômicas, sociais e
políticas dos trabalhadores, pela sua afirmação como classe independente no
terreno da luta social e política, por sua organização sindical e política,
intervenção eleitoral, por democracia, contra o fascismo, o imperialismo e a
guerra, pela justiça, o progresso e a paz, por uma sociedade livre da opressão
e exploração capitalistas.
A partir da
vitória da Revolução de Outubro de 1917 e a sucessão de acontecimentos
revolucionários no século 20, o 1º de Maio passou a ser também uma data de
afirmação do internacionalismo proletário e da luta pelo socialismo, do
fortalecimento da organização popular, da aliança das classes oprimidas e do
afiançamento do partido comunista como força dirigente da luta da classe
trabalhadora.
Nos últimos anos,
o 1º de Maio é celebrado pelos trabalhadores num ambiente político, econômico e
social adverso, em meio a inusitada regressão de conquistas e brutal ofensiva
por parte da burguesia monopolista e financeira reacionária em todo o mundo
contra os direitos dos trabalhadores. Em profunda e inarredável crise
sistêmica, as classes retrógradas que comandam o capitalismo percorrem o
caminho da barbárie e atiram sobre os ombros de quem trabalha o pesado ônus da
abismal situação em que se encontra.
Indistintamente,
as políticas em prática em todas as latitudes são as neoliberais e
conservadoras, de desregulamentação financeira, privatizações, liberalização
dos mercados, especulação, parasitismo, que têm como contraface a privação de
direitos dos trabalhadores, a deterioração do seu padrão de vida, a degradação
geral da sociedade.
Campeiam o
desemprego, a precariedade, intensificam-se os mecanismos de extração de
mais-valia e exploração do trabalho, deteriora-se o poder de compra dos
salários, atacam-se conquistas históricas como os direitos previdenciários.
Crescentemente, os governos burgueses afastam-se das suas obrigações essenciais
de prover os serviços públicos, saúde, educação, infraestrutura urbana – tudo
privatizado e transformado em mercadoria.
Este cenário de
crise e ofensiva contra direitos sinaliza quanto são graves as ameaças que
pesam sobre os trabalhadores, oriundas do sistema capitalista opressor. Ameaças
que se tornam ainda mais perigosas quando acrescidas pela ofensiva política e
militar das potências imperialistas, traduzidas por ações intervencionistas,
guerras de rapina, brutais atentados à paz, à segurança internacional, à
soberania de povos e nações.
A América Latina
vive há mais de uma década um novo ciclo político, no qual está inserido também
o Brasil. Resultado do acúmulo de lutas, este ciclo materializa-se em
conquistas democráticas e patrióticas, em que o combate contra as injustiças
sociais e à dominação imperialista avança, elevando pedagogicamente a
consciência política dos trabalhadores e dos povos. Mas seria grosseiro
equívoco imaginar que, por um passe de mágica, transformamo-nos em uma ilha de
tranquilidade e no ambiente propício à conciliação de classes, viabilizada por
meio de medidas econômicas tenocráticas.
O 1º de Maio é o
momento em que falam mais alto os trabalhadores, em que sua voz se transforma
em brado e chamamento à emancipação. Em face da crise do capitalismo e da
ofensiva das classes dominantes conservadoras e retrógradas, é indispensável
afirmar a luta, a unidade, a organização, a solidariedade e a perspectiva de
ruptura dos trabalhadores com o sistema opressor. Celebrar o 1º de Maio é
promover a pedagogia dos oprimidos e conscientizá-los de que só a luta anticapitalista
e anti-imperialista abrirá caminho à sua emancipação.
Por óbvio, não é
uma luta imediatista, a realizar e vencer de um só golpe. É luta de longo
fôlego, que exigirá lucidez, maturidade política, discernimento ideológico,
clareza de propósitos, domínio e manejo de adequados procedimentos e meios
estratégicos e táticos.
Viver com
intensidade o novo ciclo político que o país e a América Latina estão
atravessando faz parte do processo de acumulação de forças e é o campo de prova
em que os trabalhadores farão seu aprendizado na prática e viverão a própria
experiência, lutando por reivindicações concretas, conquistando espaços,
acumulando vitórias e construindo seus instrumentos organizativos na esfera
política.
A esquerda, as
forças que se reivindicam como portadores dos ideais socialistas e comunistas,
têm imensas responsabilidades nesse processo. Para elas o 1º de Maio é também
um momento de aprendizado, reflexão e orientação. Justas diretivas no sentido
da unidade e da luta combativa com perspectiva classista constituem um dos
fatores decisivos para o êxito no processo de acumulação revolucionária de
forças.
Dê-se ciência desta moção à
Prefeitura Municipal de Irará, ao Sindicato dos Funcionários Públicos de Irará,
a APLB-Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia, Sindicato
dos Trabalhadores Rurais de Irará e as Associações dos Agentes de Endemias e de
Saúde do Município de Irará.
Plenário Dr. Aristeu
Nogueira Campos, em 02 de maio de 2012.
Prof. UBIRATAN SILVA REIS
Vereador do PCdoB
Nenhum comentário:
Postar um comentário